quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Hackear e suas razões

Curiosidade

     Essa é, provavelmente, a porta de entrada para o mundo dos hackers: um desejo quase incontrolável de investigar, de entender algo. Durante a infância, muitos quebravam os próprios brinquedos, apenas para descobrir como eles funcionavam. Desmontavam partes, encaixavam com pedaços de outros brinquedos, modificavam, criavam algo novo. 
     No mundo dos computadores, isso funciona da mesma forma. É a curiosidade que move o hacker a entender como um software é construído. Com isso, eles aprendem a programar, estudando linguagens de programação e construindo seus próprios programas. Melhor ainda, eles adquirem um conhecimento muito mais amplo do funcionamento de um programa de computador, possibilitando a exploração de falhas e bugs. 
     Muitas vezes essa também é a motivação para a invasão de sistemas online: apenas conferir como isso é possível, descobrir quais são os passos necessários.


Diversão

    Outro fator que conta muito para o hacker é a diversão. Antes de qualquer coisa, o hacker tem que gostar do que está fazendo e se divertir com aquilo. Caso contrário, ele não se dedicará tanto quanto gostaria.


Desafio

    É conhecido que pessoas muito inteligentes não gostam de se ater a tarefas monótonas e repetitivas. O hacker precisa se sentir desafiado, instigado a prosseguir com a ação. Muitas vezes essas pessoas agem somente por agir, para perceberem que algo é possível e que eles conseguem fazer. Hackers gostam de resolver problemas e, quanto mais complexos esses problemas, melhor. Diga a um hacker que algo é impossível de ser feito e ele vai tentar até conseguir.


Liberdade

     Essa é uma das razões mais conhecidas para fazer com que essas pessoas ignorem a lei e quebrem o mecanismo de segurança de sistemas e dispositivos. Hackers gostam de explorar os limites de tecnologias e equipamentos e não querem ficar limitados ao uso imposto pela indústria ou fabricante de um dispositivo. 
     O gosto pela liberdade é o que move indivíduos como Jon Lech Johansen, por exemplo. O hacker norueguês é o responsável por ter criado o DeCSS, software que tornou possível o uso de DVDs comerciais em sistemas Linux. Sem ele, os usuários Linux estariam esperando, até hoje, uma solução para o problema de licenciamento da DVD CCA, a organização responsável pela proteção anticópia inserida nos discos.
     E já que citamos o Linux, não é possível fechar esta seção sem mencionar Richard Stallman, o pai do projeto GNU e defensor ferrenho do software livre. Cansado de esbarrar nas limitações de softwares proprietários, Stallman resolveu convocar o mundo a voltar aos tempos de outrora, quando código-fonte era distribuído livremente e seus usuários podiam alterá-lo e estudá-lo sem limitações.
     Afinal, parte da cultura hacker diz respeito a construir algo. E quer melhor forma de colocar isso prática do que criar aquilo que você tanto sente falta?


Ativismo

     Ideologias também podem motivar hackers a se unirem contra um alvo em comum. Muitas vezes, eles acabam até mesmo atacando ou vandalizando páginas que propagam idéias que vão contra algum interesse público ou até mesmo pessoal.
     Um caso muito popular diz respeito ao Wikileaks, site que costuma revelar documentos e atividades secretas de governos e corporações. Quando operadoras de cartão de crédito como Visa e Mastercard proibiram a transferência de doações para a organização, hackers de todo o mundo se mobilizaram contra essas empresas, atacando seus websites e deixando-os indisponíveis durante um bom tempo.
     Recentemente, a Sony também foi alvo de diversos ataques. Além de quebrar a segurança da Playstation Network, a empresa também sofreu diversos ataques a outras unidades. Muitos especulam que a principal razão por trás desses atos foi o processo que a empresa moveu contra GeoHot, hacker responsável por desbloquear o Playstation 3.


Dinheiro

     Apesar de normalmente agirem pelos motivos citados acima, os hackers também têm seu preço. Não são raras às vezes em que alguém fica famoso por invadir sistemas considerados seguros e, tempo depois, acaba contratado como especialista em segurança. 
     Kevin Mitnick, um dos hackers mais famosos e adorados do mundo, hoje mantém sua própria empresa de consultoria em segurança. E ninguém melhor para cuidar de uma rede do que aqueles que conhecem cada detalhe dela, certo?
     Mas o dinheiro também pode corromper hackers. Muitos, ao perceberem que podem ganhar um pouco de grana com pequenos delitos virtuais, acabam indo para o “lado escuro da força”, cometendo fraudes financeiras e outros tipos de crimes, em benefício próprio.


Amor

     Essa é uma razão muito mais comum do que se imagina. E, muitas vezes, acaba motivando até mesmo pessoas que nunca pensaram em ser um hacker. Não são raros os casos em que, desconfiadas de estarem sendo traídas, pessoas roubam senhas, invadem perfis de redes sociais e chegam até mesmo a instalar keyloggers para monitorar a vida virtual do cônjuge.

sábado, 6 de agosto de 2011

Tribunal do Trabalho vai discutir normas para profissionais terceirizados de TI


A necessidade de contratar profissionais temporários e, em alguns casos, fugir dos altos impostos, tem levado muitas empresas que atuam no mercado de tecnologia da informação e comunicação (TIC) a optarem pela contratação de profissionais terceirizados, sem registro na carteira de trabalho. No entanto, muitos desses casos acabam na justiça.
Para criar novas regras para a terceirização de mão de obra em diversos segmentos, incluindo TIC, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) agendou para os dias 4 e 5 de outubro uma audiência pública. O objetivo é estabelecer os impactos técnicos, científicos, econômicos e sociais que essa subcontratação de profissionais tem no mercado de trabalho.
De acordo com informações divulgadas pelo TST, existem hoje cerca de 5 mil processos em tramitação no tribunal relacionados à terceirização de profissionais. Além disso, há milhares de outras ações na justiça do trabalho sobre o mesmo tema. E, de acordo com o órgão, o tema suscita múltiplas questões em relação aos impactos que as decisões judiciais podem ter para a economia e para a sociedade.