domingo, 23 de outubro de 2011

O governo brasileiro poderia desligar nossa internet, como aconteceu na Líbia?


No dia 27 de janeiro de 2011, todo o Egito foi desconectado da Internet, com a notável exceção de alguns órgãos governamentais. A Líbia seguiu a mesma estratégia alguns meses depois, e desligou-se da rede no dia 18 de fevereiro, quando os protestos começaram a ganhar força por lá.
Mas… o que aconteceria se os governos de países ocidentais decidissem "desligar" a internet em suas nações? Eles teriam esse poder? No caso dos Estados Unidos, um acordo está sendo estabelecido para que o Presidente Obama tenha o poder de controlar a rede caso ataques de grandes proporções comecem a acontecer no país. Na teoria, esse controle do Obama poderia desconectar os Estados Unidos da rede por até 120 dias, isolando-o até que a rede ficasse fora de perigo. A criação dessa "arma digital" está sendo discutida. Só nos resta esperar para saber se ela será utilizada para o bem ou para o mal...
No Brasil, nada disso vem sendo pensado pelo governo. Os provedores nacionais de internet têm total autonomia, e "silenciar" a internet brasileira sem uma forte razão seria um trabalho bastante difícil. São milhares de provedores em todo o país, além de cabos submarinos de alta velocidade que nos conectam com o resto do mundo. Por definição, a internet é uma mistura de redes - e cada uma dessas conexões funciona como uma porta aberta para o mundo exterior. Quanto mais portas, mais difícil é o trabalho de fechá-las.
No entanto, uma ação judicial pode facilitar esse trabalho. Com a decisão de um juiz, todas as empresas que operam links internacionais se tornam obrigadas a inserir um filtro que controla a requisição de determinado conteúdo. Um dos casos mais conhecidos por aqui foi o da atriz, modelo e apresentadora Daniela Cicarelli. Em 2007, ela entrou com uma ação que pretendia impedir a exibição de um vídeo com cenas íntimas dela e de seu namorado em uma praia na Espanha. De todos os provedores brasileiros, apenas a Telefonica bloqueou o acesso ao conteúdo - mesmo assim, por poucos dias. Algum tempo depois, a atriz perdeu a ação e a Justiça decidiu que não havia razão para impedir que aquele conteúdo fosse visualizado por brasileiros.

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